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As pessoas estão se matando. O que eu tenho a ver com isso?

As pessoas estão se matando. O que eu tenho a ver com isso?

 

Hoje, 10 de setembro, é lembrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. E também fomenta-se o Setembro Amarelo, mês de ações de prevenção ao suicídio. Parece uma data pesada, mas há muito o que podemos agir e contribuir como pessoas e líderes de empresas para que seja a prevenção mais efetiva e as dores da nossa sociedade atual sejam trabalhadas e refletidas.

Os dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) são alarmantes. Uma morte a cada quarenta segundos no mundo. No Brasil, uma por minuto praticamente (mais de 100 mil pessoas ao ano). Ao final deste post, várias pessoas terão tirado sua própria vida por questões diversas, múltiplas e complexas. Pressões sociais, familiares/culturais, depressão, solidão, crises econômica, vergonha, baixa autoestima, burnout, esgotamento mental/psicológico, culpa… diversos são os sintomas e evidências de que precisamos repensar a maneira como estamos vivendo e lidando com nós mesmos, com os outros, com o trabalho e com o mundo em geral.

Porém, uma questão é fundamental nesse processo: precisamos acolher mais os nossos próprios sentimentos e dos outros. Estamos tão focados em uma busca constante e fixa por um dito sucesso (o que é sucesso afinal?) e retorno financeiro que nos esquecemos que há outras pessoas ao nosso redor. Esquecemos de que o vínculo com as pessoas é o que nos torna humanos e que é condição básica da nossa existência. Começamos esse vínculo em nossas famílias, quando vamos às escolas, ao trabalho, aos grupos sociais (amigos, coletivos, etc) e em outras situações. Mas estamos perdendo essa conexão que nos faz humanos e é tão fundamental para nossa saúde física e psicológica. E isto está adoecendo as pessoas, as empresas e a sociedade.

E o sucesso e retorno podem vir em diversas faces. Podem vir na constante pressão de uma projeção e reconhecimento sociais que nos cobramos ou que podemos incorporar a partir da pressão de outros. Podem vir da constante busca por acúmulo de riqueza. Podem vir pela conquista de um cargo em uma empresa que nos dê status e poder. Mas também pode vir de quantas pessoas a minha ação impactou positivamente. De quantas famílias são beneficiadas por um programa de apoio ou um modelo de conexão social e econômica em rede ou cooperativa. De quantas pessoas são capacitadas por um projeto na empresa onde trabalhamos. Ou de quantas vidas nos salvamos.

Enfim, há várias maneiras de definirmos o que será sucesso para nossas vidas e no trabalho. E cada um define a sua. O que é importante neste processo trabalhoso e contínuo é entender de que não há uma só maneira de viver. Entender que não existe fraqueza por uma pessoa estar pedindo um pouco mais de tempo. Que não existe inferioridade por alguma questão estar interferindo no dia a dia de alguém. Que fulano ou ciclano não é necessariamente melhor do que o outro por ser mais inteligente ou estar em uma posição mais vantajosa. Cada um tem a sua individualidade e seu processo de crescimento e expansão de potencialidade. Precisamos resgatar de que as pessoas têm seus medos, dificuldades, ansiedades, tristezas, agonias e diversos outros sentimentos que podem levar a um quadro mais complexo, a uma depressão e ao suicídio. Como pessoas e como líderes de empresas, temos a responsabilidade de colocar mais atenção nisso.

Então, lembre-se de que este é o mês para relembrarmos de acolher as pessoas. E todo dia é dia para acolher. Não condene. Não julgue. Não dê sermão. Não banalize. Aquelas frases motivacionais são pouco efetivas, tais como “levante a cabeça” ou “você consegue sair dessa”. Ao invés disso, pergunte “como você se sente hoje”, “no que eu posso te ajudar” ou diga coisas como “quer sair para conversarmos a respeito” e “estou aqui para te ouvir e te dar apoio”. Esteja perto, acompanha a pessoa. Relembre que há profissionais capacitados para ajudar na psicoterapia e na medicação destas pessoas e de que não há nada de errado em buscar esses caminhos. “Ao tocar uma alma humana, seja outra alma humana”. Não fique sem ação para quem precisa de sua atenção.

Centro de Valorização da Vida (CVV): 188 (www.cvv.org.br)
Conselho Federal de Psicologia: https://site.cfp.org.br

Sobre o autor: Ricardo Barros é sócio-fundador da Evolutis, empresa dedicada ao Desenvolvimento Humano e Organizacional por meio do Coaching e consultoria. Trabalhou por mais de 20 anos como executivos em empresas como Microsoft, IBM, Oracle, Linx e Algar Tech. Enxergou que as pessoas pessoas precisam voltar para sua condição humana mais básica e conhecerem a si para encontrarem seus caminhos e viverem uma vida mais plena e genuína. Ciente de que isto é um processo, tem como lemas “O segredo da vida é saber para que se vive e não deixar a vida em segredo” (Dostoiévski) e “Conheça-te a ti mesmo” (Sócrates). Espírita e terapeuta reikiano (Nível 1), também no seu processo assim como todos, mas com muita energia para mudar esta realidade!

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