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“Diversidade é contar pessoas. Inclusão é quando as pessoas contam.”

“Diversidade é contar pessoas. Inclusão é quando as pessoas contam.”

Essa frase ouvi de uma pessoa que tem transformado a vida de muitas outras em situação de vulnerabilidade humana e social: Maite Schneider, fundadora da TransEmpregos. Ela foi dita em um evento da FIA/USP citando Nichole Barnes Marshall, VP de Diversidade e Inclusão da L Brands. Inclusão e Diversidade tem sido um tema constante nas organizações e em debates da sociedade que precisamos pensar como trabalhá-lo de forma genuína, acolhedora e transformadora.

E o ponto central é justamente este: como fazer com que as pessoas contem, pra valer. Por muitas e muitas décadas, tivemos uma sociedade mais homogênea. Onde muitos grupos e perfis não tinham a mesma visibilidade, as mesmas condições de acesso à educação e desenvolvimento pessoal, às decisões de negócios e políticas ou à informação para que pudessem expandir seus potenciais e produzir aquilo que fizessem sentido para o seu propósito ou vontade. E a questão não é anular ou tirar as decisões de um grupo ou outro. Mas é como podemos dar voz, acolher visões e dar o igualdade de condições para que outras pessoas possam desenvolver o seu potencial sem que sofram preconceito aberto ou velado, anulação consciente ou inconsciente ou vivam à margem de uma sociedade que está crescentemente fragilizada nas relações humanas e nos vínculos afetivos. E nós precisamos resgatar os vínculos humanos ou iremos, cada vez mais, precisar de antidepressivos, anfetaminas ou outros recursos de tarja preta.

Trabalhar Inclusão nas organizações é desenvolver ações de conscientização, preparar o ambiente para as pessoas, repensar traços de cultura organizacional, entender e estar atento aos acordos e comportamentos tácitos que possam diminuir a Diversidade que é evidente e natural da condição humana. Para isto, não basta fazermos ações de comunicação interna ou endomarketing. Essas são o final de um processo que começa pelo envolvimento do corpo executivo (C-Level), pela capacitação e educação das lideranças, pela criação de políticas e programas inclusivos, por dar voz e espaço às pessoas, pelo reforço e valorização de comportamentos que gerem empatia, inclusão e diversidade.

Com isto, conseguimos trabalhar Inclusão e Diversidade em quaisquer grupos que sejam foco (gênero, etnia, acessibilidade e mobilidade, LGBTQ+, gerações, diversidade mental, etc). Desenvolver um programa desses requer que geremos empatia pelas outras pessoas. Requer que estejamos atentos e preparados para ouvi-las e perceber como uma frase mal colocada, um comportamento inadequado, a disposição física destes grupos e áreas ou uma política organizacional deixa de incluir essa diversidade e pode tirar a motivação das pessoas, desumanizar as empresas e, consequentemente, afetar o negócio. Há 4 níveis de ações que podem trabalhar e desenvolver a Inclusão e Diversidade nas empresas:

  1. Cognição: quando o indivíduo toma conhecimento da temática, mas sem associarmos às ações concretas
    (campo do PENSAR). É o primeiro nível de percepção da realidade, quando tomamos um primeiro contato com o assunto e paramos para pensar e refletir sobre ele;
  2. Consciência: quando o indivíduo toma consciência da relevância e impacto da temática nos seus sentimentos e ações (campo do SENTIR). Nesse nível, começamos a tomar consciência do nosso papel e influência nas relações humanas e organizacionais e passamos a ter empatia pela outra pessoa;
  3. Coletivo: quando o indivíduo internaliza e transforma sua consciência em ação para si e no grupo, no coletivo (campo do AGIR / QUERER). Aqui, as pessoas passam a influenciar e orientar outras pessoas de modo a construir relações mais inclusivas, genuínas e humanas;
  4. Cultura: quando o coletivo já estabelece relações mais sólidas e genuínas em diversas dimensões coletivas e as políticas e ações organizacionais consideram as práticas de Inclusão e Diversidade.

As sociedades estão mudando. Independente de questões morais e religiosas, em toda parte do mundo as pessoas estão mais atentas para as relações humanas, para a saúde física e mental, para a inclusão de uma diversidade riquíssima que só trará benefícios a um coletivo plural, heterogêneo e que precisa estar atento à questão de modo a gerar mais prosperidade, potencial e perspectiva para todxs.

Sobre o autor: Ricardo Barros é sócio-fundador da Evolutis, empresa dedicada ao Desenvolvimento Humano e Organizacional por meio do Coaching e consultoria. Um dos pilares das ações é Inclusão & Diversidade. Trabalhou por mais de 20 anos como executivos em empresas como Microsoft, IBM, Oracle, Linx e Algar Tech. Enxergou que as pessoas pessoas precisam voltar para sua condição humana mais básica e conhecerem a si para encontrarem seus caminhos e viverem uma vida mais plena e genuína. Ciente de que isto é um processo, tem como lemas “O segredo da vida é saber para que se vive e não deixar a vida em segredo” (Dostoiévski) e “Conheça-te a ti mesmo” (Sócrates). Espírita e terapeuta reikiano (Nível 1), também no seu processo assim como todos, mas com muita energia para mudar esta realidade!

Link original para o tuíte da citação acima: https://twitter.com/OUTstandingiB/status/697749337548460032 (Tradução livre de “Diversity is counting heads. Inclusion is making heads count.”)

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